Contos e Resenhas: Resenha Em busca do Sentido da Vida de Augusto Cury

Simples, profundo e emocionante

Enfim termino mais um livro do autor Augusto Cury, um dos meus autores favoritos no âmbito nacional.

Em todos os livros desse autor vemos a peculiaridade da valorização do ser humano sem distinção proposta pelo autor, e nesse livro não foi diferente. Ousado, se comparado aos outros livros de Augusto Cury, pois no Em busca do sentido da vida, o autor aventurou-se ainda mais na ficção, explorando o campo da ficção cientifica, claro sempre dosado com noções de psicologia e muitas delas criadas e aplicadas pelo próprio autor.

Vamos à resenha então!

Esse livro é a continuação direta de O colecionador de lágrimas, onde sua história se passa em futuro próximo, na década de 2040, tendo como protagonista o professor britânico descendente de judeus Julio Verne, que além de psicólogo é um renomado professor universitário de História. No livro anterior o célebre professor por criticar diretamente a atual sociedade e seus sistemas, consegue vários inimigos, que invejam seu brilhantismo e sua capacidade de fazer os alunos “pensarem fora da caixa” e não se conformarem com o conhecimento pronto, mas sim pensarem de maneira independente, serem questionadores e assumirem a direção de suas próprias vidas, não bastassem essas perseguições no ambiente universitário, Julio Verne ainda sofre com pesadelos bem reais que o transportavam diretamente para o cenário da Segunda Guerra Mundial, onde presenciava atos de barbárie na Alemanha Nazista, tais pesadelos o faz criticar a personalidade de Adolf Hitler em sala de aula e consequentemente esse ato coloca pessoas estranhas, ligadas ao nazismo no encalço do professor, que para completar, recebe a proposta de militares alemães de participar do maior evento da história da humanidade, o projeto Máquina do Tempo.

Julio Verne é convidado a ser o primeiro homem a viajar no tempo, escolhido a dedo devido a seu grande conhecimento histórico, é dada ao professor a missão de eliminar o maior sociopata da história da humanidade, Adolf Hitler. Mesmo sendo um projeto experimental e ciente dos riscos que correria, Julio Verne aceita a missão, fascinado pela possibilidade de mudar o evento mais sangrento do século XX, que ceifou a vida, a felicidade, os sonhos de muitos inocentes, principalmente seus compatriotas judeus.

Em sua viagem no tempo, o professor começa a entender porque teve tantos pesadelos e porque lhe pareciam tão reais, pois agora ele os vive pessoalmente, passando por momentos de angustia e horror que mexem com seu psiquismo, e o põe em dúvida, sobre como dará cabo de sua missão, seguindo seu principio de que a educação é a chave para mudar o futuro da humanidade, ou se de maneira radical abandona esse principio e se faz uso da tática militar de apagar de vez da história o tirano nazista, essas questões o transformarão de um colecionador de lágrimas em um colecionador de esperanças? Isso é o que descobrimos em um final surpreendentemente emocionante, onde mais uma vez destaca-se a evolução do autor.

Uma escrita simples, sem muitos detalhes sobre os personagens por exemplo em suas descrições físicas, mas com diálogos ricos e reflexivos que me fizeram viajar no tempo e sentir as mais variadas emoções junto com cada personagem e claro, marcar o livro como um dos meus favoritos. Pra quem gosta do tema sobre a Segunda Guerra Mundial, esse livro tem uma riqueza de detalhes e informações históricas impressionantes e que com certeza propõe uma viagem no tempo e para dentro de si mesmo em um profundo estado de reflexão.