sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Resenha o Jogo do Anjo de Carlos Ruiz Zafón

O Jogo do Anjo
Zafón é um romancista incrível!

            Eis que chego ao meu terceiro livro lido de Carlos Ruiz Zafón e o resultado foi o mesmo dos outros dois, tornei-me ainda mais fã do autor.
            Conheci Zafón em 2009 com o Best Seller A sombra do vento, lembro-me que marquei o livro como o melhor dos livros lidos aquele ano. Após isso, vi que já havia sido publicado por aqui O jogo do anjo, mas ainda assim deixei para depois, por receio de minha primeira impressão do autor se desfazer.
            Esse ano me aventurei em um novo mundo criado por Zafón nas páginas de Marina, totalmente diferente de A sombra do vento, mas sem perder as características que me cativaram na escrita do autor, mas farei uma resenha sobre esse livro depois.
            Vamos ao O jogo do Anjo então.
            Pra começar a falar sobre esse livro devo explicar que, essa história é na verdade o inicio de A sombra do vento, mas que aqui no Brasil não sei por qual motivo não foi publicado na ordem correta.
            Novamente voltamos a Barcelona do inicio do século XX, o protagonista da trama é David Martín, um jovem que tem uma vida sofrida, sua mãe o abandonou quando criança e seu pai, veterano de uma guerra (como todas as outras) sem sentido, não tem outra opção a não ser roubar para sustentar o filho, que ao aprender a ler aflora uma enorme paixão pelos livros, o que não é bem visto pelo pai analfabeto que vê nesse hobby do garoto algo inútil que não lhe trará nada de bom na vida, e age violentamente contra seu próprio filho, que sempre era amparado pelo Sr. Sempere da Livraria Sempere, pode parecer um pouco confuso, mas esse personagem é pai do personagem de mesmo nome encontrado em A sombra do vento, que nessa história é ainda um jovem e são chamados por Martin no decorrer de sua narração como  Sempere Pai  e  Sempere Filho.
Tragicamente o pai do garoto é assassinado e desde então passa a trabalhar em um jornal onde aguarda ansiosamente por uma oportunidade de expor seu talento literário, apesar de remota essa chance, pois trabalha como um simples assistente, até que seu mentor Dom Pedro Vidal, filho do dono do jornal, que (com certeza) tem muita influência e puxas saco, pede a seu editor que dê uma chance ao jovem, e é ai que a trama começa. David ganha uma coluna semanal nas páginas policiais, e seus contos rapidamente agradam aos leitores e gera muita inveja entre seus colegas de trabalho.
            Quando David recebe um envelope, lacrado com um símbolo de um anjo, de um suposto editor francês de nome Italiano, (Confuso? Sim, mas não vou dizer o nome para gerar um ar de mistério) se dizendo um grande admirador de seu trabalho e lhe oferecendo um presente digamos assim, para os deleites carnais, que a principio o jovem escritor pensou ser armação de seus colegas de trabalho, porém ao verificar o jovem tem uma grande surpresa, ao poder usufruir da companhia de uma dama totalmente caracterizada como uma de suas personagens, totalmente ao estilo Femme Fatale.
            Ao perceber a inveja de seus colegas de trabalho, o mentor que estava tornando-se aluno, propõe ao jovem escritor que aceite um contrato com uma editora nova de alguns conhecidos seus, e então David Martin passa a ter uma vida financeira melhor, mas ainda vive no anonimato literário, pois seus livros, denominados A cidade dos Malditos,  são publicados sob um pseudônimo. Ao perceber que seu grande amor, a qual não direi o nome também, pra não entregar muito do livro, o vê como alguém que está vendendo seus talentos a troco de nada para editores canalhas, o jovem tem uma espécie de choque de realidade ao receber outra triste notícia do que está acontecendo em sua vida e percebe que pode morrer sem ao menos deixar uma herança literária em seu verdadeiro nome e com muita luta, consegue de seus editores a publicação de um livro com seu nome verdadeiro estampado na capa, MAS, por um motivo que também não direi aqui, o livro não faz muito sucesso com a crítica literária, só posso dizer que por um motivo injusto, mais uma reviravolta na vida de David Martin e seu caminho cruza novamente com o do editor francês de nome italiano, que lhe oferece uma soma exorbitante de dinheiro para que lhe escreva um determinado livro, desse ponto em diante começam a acontecer os mistérios do livro, assassinatos, conspirações o que deixa o jovem obcecado por descobrir quem realmente é seu atual patrão e a medida que as respostas vão aparecendo, David  se vê em um caminho sem volta que (talvez) pode lhe custar a própria vida.
            Que resumo longo, não? Mas foi necessário para que entendessem o quão excelente foi esse livro para mim, Zafón ao meu ver é um romancista formidável, um grande talento da literatura atualmente, com sua forma de escrever ele sabe transmitir ao leitor as sensações e emoções que seus personagens estão vivendo, sejam elas quais forem, eu particularmente fui transportado para Barcelona, me sentia dentro da livraria Sempere , descrita pelo personagem sempre como um lugar especial, a narrativa é rápida, dinâmica, em nenhum momento maçante, apesar de extenso o livro as páginas vão se passando sem que você perceba, apenas desejando mais e mais da trama que gradativamente vai envolvendo o leitor. Apesar do pano de fundo da trama ser de mistério, o autor não deixou de mesclar outros elementos como, drama, romance, aventura e até mesmo comédia.

            Pra quem já conhece ou não o autor recomendo a leitura desse livro. 

O jogo do anjo
Titulo: O jogo do anjo
Autor: Carlos Ruiz Zafón.
Editora: Ponto de Leitura
N° de Páginas: 616

2 comentários:

  1. Claudinei, infelizmente ainda não tive oportunidade de ler este livro, mas já li Marina, do mesmo escritor, e é sensacional! Realmente ele escreve muito bem, com certeza lerei outros.

    Abraços, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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  2. Realmente Isabela, Marina é um ótimo livro mesmo, mas recomendo-lhe que leia essa trilogia, O jogo do Anjo, A sombra do vento e tem o O prisioneiro do céu, pelo menos esses dois primeiros que li são bem intensos!

    Abração!

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